![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEqfbi8naVcIWuSFe678cCmdu0IFhg5JGtHlsNnXREU4Mkayqa7s_MHzFYoOa2mRcY8t3cP_6UjEwlu3L_d1tXw-PtGhDnAs5DfqYWHipxQt1DxKswz2PsDfaoTc_EzV5u4luKBYO1f00/s320/cha.jpg)
Enfim, de minha alma restou o quê? Um amontoado de saudades. Minha alma é um ferro-velho, na sucata do mecânico João Celestioso. A saudade é uma ferrugem, raspa-se, e por baixo, onde acreditávamos limpar, estamos semeando nova ferrugem. Era o que, agora, mais me dava sofrimento. Saudade do bom corpo e não o sentir, saudade até de mijar bem do alto de mim. Saudade dos sabores da vida, desses temperos que me esperavam. Não era a refeição que eu comia, era a própria vida que era servida, em pratos sempre luzidinhos.
Mia Couto
Nenhum comentário:
Postar um comentário