imagens

as imagens mostradas aqui são cacos colhidos, na sua grande maioria, de sites da internet. existem cacos colhidos ao acaso, que posso ter deixado de mencionar onde os colhi, tal minha ignorância ou encantamento. desculpem por isso. algumas imagens são minhas, do meu imenso baú de memórias...







terça-feira, 24 de novembro de 2009




"Esta manhã encontrei o teu nome nos meus sonhos
e o teu perfume a transpirar na minha pele..."

Maria do Rosário Pedreira

domingo, 22 de novembro de 2009

pensando




Eu só quero que você saiba
Que estou pensando em você
Agora e sempre mais
Eu só quero que você ouça
A canção que eu fiz pra dizer
Que eu te adoro cada vez mais
E que eu te quero sempre em paz

Marisa Monte



Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar

Chico Buarque

cidinha





Sou inquieta, áspera
E desesperançada
Embora amor dentro de mim eu tenha
Só que eu não sei usar amor
Às vezes arranho
Feito farpa

Se tanto amor dentro de mim
Eu tenho, mas no entanto continuo inquieta
É que eu preciso que o Deus venha
Antes que seja tarde demais

Corro perigo
Como toda pessoa que vive
E a única coisa que me espera
É exatamete o inesperado

Mas eu sei
Que vou ter paz antes da morte
Que vou experimentar um dia
O delicado da vida
Vou aprender
Como se come e vive
O gosto da comida



Clarice Lispector

sábado, 21 de novembro de 2009


O céu estrelado vale a dor do mundo

Adélia Prado.




Fiz o caminho. Sem tomar direção, sem saber do caminho.
Pé por pé, pé por si. Deixei que o caminho me escolha.
Na travessia, só silêncio. O nenhuns-nada.
O alegre, mesmo, era a gente viver devagarinho, miudinho,
não se importando demais com coisa nenhuma.
Nessa estrada, salvou-me a palavra.

João Guimarães Rosa

sexta-feira, 20 de novembro de 2009




Enfim, de minha alma restou o quê? Um amontoado de saudades. Minha alma é um ferro-velho, na sucata do mecânico João Celestioso. A saudade é uma ferrugem, raspa-se, e por baixo, onde acreditávamos limpar, estamos semeando nova ferrugem. Era o que, agora, mais me dava sofrimento. Saudade do bom corpo e não o sentir, saudade até de mijar bem do alto de mim. Saudade dos sabores da vida, desses temperos que me esperavam. Não era a refeição que eu comia, era a própria vida que era servida, em pratos sempre luzidinhos.




Mia Couto



Eu tinha vontade de fazer como os dois homens que vi sentados na terra escovando osso. No começo achei que aqueles homens não batiam bem. Porque ficavam sentados na terra o dia inteiro escovando osso. Depois aprendi que aqueles homens eram arqueólogos. E que eles faziam o serviço de escovar osso por amor. E que eles queriam encontrar nos ossos vestígios de antigas civilizações que estariam enterrados por séculos naquele chão. Logo pensei em escovar palavras. Por que eu havia lido em algum lugar que as palavras eram conchas de clamores antigos. Eu queria ir atrás dos clamores antigos que estariam guardados dentro das palavras. Eu já sabia também que as palavras possuem no corpo muitas oralidades remontadas e muitas significâncias remontadas. Eu queria então escovar as palavras para escutar o primeiro esgar de cada uma. Para escutar os primeiros sons, mesmo que ainda bígrafos. Comecei a fazer isso sentado em minha escrivaninha. Passava horas inteiras, dias inteiros fechado no quarto, trancado, a escovar palavras. Logo a turma perguntou: o que eu fazia o dia inteiro trancado naquele quarto? Eu respondi a eles, meio entresonhado, que eu estava escovando palavras, eles acharam que eu não batia bem. Então eu joguei a escova fora.

Manoel de Barros in Memórias inventadas - a infância

quarta-feira, 18 de novembro de 2009


As roseiras da tua casa
deram flor.
De onde está você vê?

E
apenas pra saber
onde é que está
você?

Quando te falei
eu não esperava;
ou, se esperava
não confessei.

Depois, sim,

esperei.


Renata Pallottini

terça-feira, 17 de novembro de 2009



Somos feitos para a memória
Somos feitos para o amor e a poesia
Somos feitos, quem sabe,
para o esquecimento...


Jorge Luis Borges

Prometo te querer
Até o amor cair
Doente...

Chico Buarque


Eu quero te contar
Das chuvas que apanhei
Das noites que varei
No escuro a te buscar.

Chico Buarque

16 de novembro - aquele beijo



Aquele beijo que te dei,
nunca, nunca mais esquecerei...
(...)
Lembro de você e fico triste,
até me dá vontade de chorar,
de lembrar que o amor não mais existe,
mas eu sempre hei de te amar!

Roberto Carlos

sexta-feira, 13 de novembro de 2009



Essa é a missão da poesia:
Recuperar os pedaços perdidos de nós.
Rubem Alves

quarta-feira, 11 de novembro de 2009




Mas eu gostava dele, dia mais dia, mais gostava. Diga o senhor: como um feitiço? Isso. Feito coisa-feita. Era ele estar perto de mim, e nada me faltava. Era ele fechar a cara e estar tristonho, e eu perdia meu sossego. Era ele estar por longe, e eu só nele pensava. E eu mesmo não entendia então o que aquilo era? Sei que sim. Mas não. E eu mesmo entender não queria. Acho que. Aquela meiguice, desigual que ele sabia esconder o mais de sempre. E em mim a vontade de chegar todo próximo, quase uma ânsia de sentir o cheiro do corpo dele, dos braços (...)



João Guimarães Rosa in Grande Serão: veredas.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009



Hoje eu tenho apenas uma pedra no meu peito
Exijo respeito, não sou mais um sonhador
Chego a mudar de calçada
Quando aparece uma flor
E dou risada de um grande amor
Mentira!
Chico Buarque

A sua lembrança me dói tanto
Eu canto pra ver
Se espanto esse mal
Mas só sei dizer
Um verso banal
Fala em você
Canta você
É sempre igual

Sobrou desse nosso desencontro
Um conto de amor
Sem ponto final
Chico Buarque

domingo, 1 de novembro de 2009



Tô bem assim, bem indiferente.
O coração, um cactus.
Não me importo mais."

Caio Fernando Abreu