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as imagens mostradas aqui são cacos colhidos, na sua grande maioria, de sites da internet. existem cacos colhidos ao acaso, que posso ter deixado de mencionar onde os colhi, tal minha ignorância ou encantamento. desculpem por isso. algumas imagens são minhas, do meu imenso baú de memórias...







sábado, 17 de maio de 2008

pra você, que deixou minha vida mas não deixou meu pensamento nem por um dia sequer.


A UM AUSENTE


Tenho razão de sentir saudade,tenho razão de te acusar.Houve um pacto implícito que rompeste e sem te despedires foste embora.Detonaste o pacto.Detonaste a vida em geral, a comum aquiescência de viver e explorar os rumos de obcuridade sem prazo sem consulta sem provocação até ao limite das folhas caídas na hora de cair.
Antecipaste a hora.Teu ponteiro enlonqueceu, enlouquecendo nossas horas.Que poderias ter feito de mais grave do que o ato sem continuação, o ato em si,o ato que não ousamos nem sabemos ousar porque depois dele não há nada?
Tenho razão para sentir saudade de ti,de nossa convivência em falas camaradas,simples apertar de mãos, nem isso, voz modulando sílabas conhecidas e banais que eram certeza e segurança.
Sim, tenho saudades. Sim, acuso-te porque fizeste o não previsto nas leis da amizade, do amor e da natureza nem me deixaste sequer o direito de indagar porque o fizeste, porque te foste.


Carlos Drummond de Andrade


imagem - Edvard Munch - Ashes, 1894

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