imagens

as imagens mostradas aqui são cacos colhidos, na sua grande maioria, de sites da internet. existem cacos colhidos ao acaso, que posso ter deixado de mencionar onde os colhi, tal minha ignorância ou encantamento. desculpem por isso. algumas imagens são minhas, do meu imenso baú de memórias...







quarta-feira, 29 de outubro de 2008



"Havia, em algum lugar, um parque cheio de pinheiros e tílias, e uma velha casa que eu amava. Pouco importava que ela estivesse distante ou próxima, que não pudesse cercar de calor o meu corpo, nem me abrigar; reduzida apenas a um sonho, bastava que ela existisse para que a minha noite fosse cheia de sua presença. Eu não era mais um corpo de homem perdido no areal. Eu me orientava. Era o menino daquela casa, cheio da lembrança de seus perfumes, cheio da fragrância dos seus vestíbulos, cheio das vozes que a haviam animado."

(Antoine de Saint-Exupéry)

terça-feira, 28 de outubro de 2008


"Difícil fotografar o silêncio.
Entretanto tentei. Eu conto:
Madrugada a minha aldeia estava morta.
Não se via ouvia um barulho, ninguém passava entre as casas.
Eu estava saindo de uma festa.
Eram quase quatro da manhã.
Ia o Silêncio pela rua carregando um bêbado.
Preparei minha máquina.
O silêncio era um carregador?
Estava carregando o bêbado.
Fotograei esse carregador.
Tive outras visões naquela madrugada.
Preparei minha máquina de novo.
Tinha um perfume de jasmim no beiral do sobrado.
Fotografei o perfume.
Vi uma lesma pregada na existência mais do que na pedra.
Fotografei a existência dela.
Vi ainda um azul-perdão no olho de um mendigo.
Fotografei o perdão.
Olhei uma paisagem velha a desabar sobre uma casa.
Fotografei o sobre.
Foi difícil fotografar o sobre.
...
A foto saiu legal."

Manoel de Barros

segunda-feira, 27 de outubro de 2008


Acordo com o teu nome nos meus lábios

- amargo beijo esse que o tempo dá sem aviso

a quem não esquece.

Maria do Rosário Pedreira

Não te quero ter, pois em meu ser tudo estaria terminado.

Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados.

Vinícius de Moraes

Sei que é meio idiota, mas gosto de pensar desse jeito, e se estou em pé no ônibus solto um pouco as mãos daquela barra de ferro para meu corpo balançar como se estivesse a bordo de um navio ou de você. Fecho os olhos, faz tanto bem, você não sabe. Suspiro tanto quando penso em você, chorar só choro às vezes, e é tão freqüente.

Caio Fernando Abreu

terça-feira, 14 de outubro de 2008


Deus não é a palavra Deus

Deus não é a palavra Deus

e andorinha,a palavra andorinha.

Há um poço

que não entrana palavra poço.

O amor, na palavra amor.

E Deus é tudo isso.


Carlos Nejar

sábado, 11 de outubro de 2008



Foram-se os amores que tive

ou me tiveram.

Partiram

num cortejo silencioso e iluminado.

A solidão me ensina

a não acreditar na morte

nem demais na vida: cultivo

segredos num jardim

onde estamos eu,

os sonhos idos,

os velhos amores e os seus recados,

e os olhos deles que ainda brilham

como pedras de cor entre as raízes.


(lia luft)
Mirada Secreta


Foram-se os amores que tive

ou me tiveram.

Partiram

num cortejo silencioso e iluminado.

A solidão me ensina

a não acreditar na morte

nem demais na vida:

Cultivo segredos num jardim

onde estamos eu, os sonhos idos,

os velhos amores e os seus recados,

e os olhos deles que ainda brilham

como pedras de cor entre as raízes.



Lya Luft

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

quinta-feira, 9 de outubro de 2008


E veio o sono, vencendo a luta de horas. E no sonho estava teu abraço, tua imagem, que eu luto por lembrar detalhes que, acordada, pensava já ter esquecido. Mas no sonho estavam lá seu rosto, sorriso, pele... tudo como sempre soube, como sempre amei. Sua figura magra, suave, sua voz doce, seu riso de música e o abraço, o abraço que é o que mais me faz falta. E meu coração fez festa, tanta festa que com seu barulho eu acordei, acordei no meio do abraço tão e tantas vezes desejado... Meu coração, este bobo, sempre me traindo.


tina, cheia, transbordando de saudades.