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Nenhum dos meus caminhos guarda a tua sombra: só as minhas mãos ficaram maiores com a tua ausência e andam perdidas, não sabendo escontrar-se uma com a outra.
O ventre de cada dia é um espelho a recordar-te-- um espelho onde o meu rosto não cabe -e eu avanço, petrificado de silêncio,como se me chamasses,tendo-te cada momento mais distante nas asas cansadas dos olhos sonolentos.
Se descendo minhas pálpebras prendesse a tua imagem, jamais amanheceria para mim.Se as minhas mãos decepadas pudessem encontrar-te, dar-te-ia minha mãos como espada para o teu regresso.
Assim, gasto-me nos longos túneis desta ânsia,certo de que jamais estarei presente para ti em cada estrela que descobrires na noite.
O ventre de cada dia é um espelho a recordar-te-- um espelho onde o meu rosto não cabe -e eu avanço, petrificado de silêncio,como se me chamasses,tendo-te cada momento mais distante nas asas cansadas dos olhos sonolentos.
Se descendo minhas pálpebras prendesse a tua imagem, jamais amanheceria para mim.Se as minhas mãos decepadas pudessem encontrar-te, dar-te-ia minha mãos como espada para o teu regresso.
Assim, gasto-me nos longos túneis desta ânsia,certo de que jamais estarei presente para ti em cada estrela que descobrires na noite.
José Bento, in 'Silabário'